Existe um sem-número de fobias, umas mais vulgares, outras mais complexas, mas clinicamente convencionou-se dividi-las em três categorias: fobias simples, fobias sociais e agorafobia.
Geralmente, as fobias simples começam na infância e o pavor tem como objeto algo concreto — alturas, aranhas, cobras, escuridão por exemplo. As fobias sociais tendem a surgir na adolescência e consistem no medo de lugares públicos ou de tudo o que pressuponha o contato com outras pessoas. Falar em público ou expor ideias numa reunião podem revelar-se tarefas muito penosas para pessoas que sofrem deste distúrbio. A agorafobia, por seu turno, encontra-se associada sobretudo ao início da idade adulta. O agorafóbico tem medo de espaços abertos, o que o impede frequentemente de sair de casa, condicionando-lhe sobremaneira a vida.
As fobias tendem a aumentar de intensidade com o tempo, limitando cada vez mais a vida do fóbico se este não for sujeito a tratamento. A agorafobia, por exemplo, pode ter origem numa estranha sensação ao atravessar-se uma rua, como uma tontura ou uma forte pressão no peito acompanhada pelo medo de cair ao chão. Este mal-estar voltará a repetir-se num ciclo vicioso sempre que haja uma situação de tensão emocional. Sair de casa torna-se complicado porque a pessoa começa a recear constantemente voltar a sentir-se mal, optando antes pela protecção oferecida pelas quatro paredes. Os agorafóbicos tornam-se, assim, pessoas isoladas, dependendo constantemente de terceiros para fazerem face às exigências do dia a dia.
As origens deste tipo de distúrbio ainda são desconhecidas, mas sabe-se que afectam duas vezes mais as mulheres do que os homens. Alguns investigadores consideram que é fruto da educação; outros apontam para uma herança genética.
Vários estudos demonstram que os fóbicos possuem alguns traços comuns de personalidade. Por norma, foram alvo de uma educação rígida, muito orientada para o dever e, por isso mesmo, tendem a preocupar-se bastante com o que os outros pensam deles e apresentar um elevado sentido de responsabilidade e um bom desempenho profissional.
As influências familiares podem estar relacionadas com a associação do objeto visado ao perigo. É o caso, por exemplo, das pessoas que têm medo de ratos e que repetem um comportamento que as acompanhou durante a infância, um pavor que lhes foi transmitido (in)conscientemente pelos pais. Até agora, ainda não foi possível chegar-se a conclusões relativas a um suposto substrato genético, mas o certo é que os filhos de pais fóbicos apresentam 15 por cento de probabilidades de virem a padecer do mesmo tipo de distúrbio.
Quando as fobias interferem com o trabalho, interação com os outros e rotina diária, é chegada a hora de se procurar apoio especializado e iniciar-se um tratamento que pode incluir psicanálise, terapias comportamentais, medicação ou a combinação de ambas.
A dessensibilização sistemática (DS) é uma das técnicas mais usadas para curar fobias, medos crónicos e reacções de ansiedade. Foi desenvolvida, nos anos 50, por Joseph Wolpe, terapeuta comportamental, com base nas técnicas de relaxamento progressivo para inibir elevados níveis de ansiedade de Edmund Jacobson. A DS consiste em expor o indivíduo fóbico a uma série gradual de situações ou objectos cada vez mais próximos daqueles que, de facto, são temidos para uma progressiva adaptação através do relaxamento.
Outra hipótese é recorrer à terapia de exposição, em que o fóbico é repetidamente confrontado com a situação ou objecto a fim de se aperceber que a sua integridade fisica não é posta em risco.
Frequentemente associa-se o uso de antidepressivos, que regulam a serotonina e evitam os sintomas físicos.