Onde há cristãos, há Natal. Mas a comemoração também varia de país para país, de acordo com os costumes e tradições de cada povo. Em Itália (tal como em Espanha), é preciso esperar até ao dia 6 de Janeiro para se abrir as prendas. A lenda diz que os três Reis Magos, a caminho de Belém, pediram comida e abrigo a uma velha senhora. Esta negou-lhes ajuda, mas arrependeu-se. Tarde demais: os reis já estavam muito longe. Segundo reza a tradição, a velha senhora — conhecida como Befana — ainda vagueia pelo mundo, distribuindo presentes aos meninos e meninas que se portaram bem.
E há países da Europa onde as comemorações de Natal começam cedo. Na Bélgica, por exemplo, arrancam a 4 de Dezembro — é o dia em que as crianças escrevem as cartas a São Nicolau. Dois dias depois, o Pai Natal coloca os presentes em cestinhos que os meninos deixam à porta de casa. Na Alemanha, o ritual católico diz que, quatro domingos antes do Natal, as famílias devem juntar-se para construir uma Coroa de Advento, formada por quatro velas. Depois, em cada domingo, é acesa uma.
Na Austrália, o Natal é no Verão. Não é por isso de admirar que, ao invés das festas à lareira, os australianos prefiram comemorar a quadra com um piquenique no campo ou na praia. Nos países asiáticos, apesar da fraca expressividade do cristianismo, também se festeja o Natal. Na Índia, as bananeiras e as folhas de manga são os principais elementos decorativos. Na Etiópia, existe uma das tradições natalícias mais originais: o ko-Ice, um jogo tradicional parecido com o hóquei As crianças recolhem gravetos secos, que descascam e cobrem com óleo para não quebrarem. Junte-se uma bola de madeira e está tudo a postos para começar a jogar. O ko-lee serve para homenagear os pastores que, segundo reza a lenda, participavam neste jogo na noite em que Jesus nasceu.
Alguns símbolos natalícios são fáceis de entender, como a recriação do nascimento de Jesus sob a forma de presépio. Mas já imaginou como nasceu o hábito de comer frutos secos durante esta quadra? Descubra a origem e significado de algumas tradições.
- MEIAS NAS CHAMINÉS — pensa-se que o hábito de pendurar as meias na chaminé teve origem na cidade de Amsterdão. Diz a lenda que São Nicolau teve conhecimento de três raparigas que não se podiam casar porque eram muito pobres. Durante a noite, atirou moedas de ouro pela chaminé, que foram cair dentro das meias que estavam a secar.
- AZEVINHO — surge ligado à tradição cristã como a planta que permitiu esconder Jesus dos soldados de Herodes. Por isso, foi-lhe concebido o privilégio de conservar as folhas sempre verdes, mesmo durante o Inverno.
- MISSA DO GALO — também conhecida por Missa da Meia-noite, celebra-se em honra da presumível hora de nascimento de Jesus. Em alguns países é chamada Missa do Galo porque, segundo reza a lenda, a única vez que um galo cantou à meia-noite foi no Natal.
- COROA DE NATAL — é costume pendurar no lado de fora da porta uma coroa durante a quadra natalícia. Mais popular nos Estados Unidos, esta tradição espalhou-se por todo o mundo. Para os romanos, a oferta de um ramo significava "voto de saúde". Hoje, as coroas são quase sempre compradas, mas, para seguir a tradição romana, só deveríamos pendurar as que foram oferecidas.
- FRUTOS SECOS — a grande variedade de frutos secos que colocamos na mesa no Natal é mais do que um simples alimento. É um antigo costume romano, um presente habitual durante celebrações. Cada tipo de fruto seco tinha um significado especial. As avelãs evitavam a fome; as nozes relacionavam-se com a abundância; as amêndoas protegiam dos efeitos da bebida (muito útil nesta época de excessos...).